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terça-feira, 26 de outubro de 2010

fly, butterfly, just go away

 Eram oito e meia, estavam juntos desde as duas, tudo passara rápido, demasiadamente rápido.
 "Pare aqui, não tens que ir até lá embaixo em minha casa." disse meio que tentando se preservar, parecendo que queria preservá-lo.
 "HAHA, não posso eu roubar mais três minutinhos de seu precioso tempo?"
 Quem era ela diante daquele sorriso estonteante? Não pode fazer nada além de ceder.
 Ela amava ficar perto dele, a ele ela também era bastante agradável, o que a incomodava eram aquelas borboletas que roçavam aquelas pequenas asinhas no interior de seu estômago e forçavam sua saída por seu esôfago, com aquelas patinhas minúsculas. Ela tinha só o medo de deixá-las sair.
 Ele olhava aquela expressão insondável naquelas feições delicadas, de certa forma, não saber o que ela pensava potencializava tudo: a adrenalina de não saber por que, o desafio de entendê-la. Ele só a queria.
 O carro desceu a rua suavemente e finalmente o movimento cessou, ela se despediu rapidamente com um beijo no rosto e saiu. Ele queria segurá-la, puxá-la de volta, e se ela sequer tivesse olhado para trás por um instante é o que ele teria feito.
 O que ele não sabia era que ela observava sua luta interna por trás das cortinas da sala, com a luz apagada, desejando que ele fizesse o que queria.
 Finalmete se decidiu por deixá-la esperar mais um pouco, ele queria certezas. Parou de encarar a casa escura e deixou-a sozinha com seus desejos, medos e dúvidas. Foi-se, carregando o seu próprio fardo.

Um comentário:

  1. Milhões de ações e pensamentos e desejos escondidos entre uma palavra e outra, ou mesmo, no silêncio.

    Ps: Adoro textos assim.

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