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terça-feira, 22 de março de 2011

Eu queria é ser estrela, de poeira já sou cheia.

 Almejava ser uma estrela massiva, linda, gloriosa. Perto de tudo, porém tão grande que engolfa quem se aproxima. Ofuscante, solitária, estéril.
 Eu quero todo o brilho da vida rápida e o espalhafato da morte explosiva em rica poeira colorida, sucumbindo ao virar do avesso. Linda se vista ao longe, abrasiva se nítida.
 Talvez eu tenha morrido há muito e essa luz que acho ver em mim, é só resíduo de uma estrela extinta há muito, viajando de longe, morta.

 Mas me sinto numa estrela de nêutrons, eternamente estática, presa em mim. Tão densa que temo afundar sem atrito, aporética, sem nunca achar o fundo.
 O problema é querer ser supermassiva para explodir em supernova e terminar como um buraco negro, sem cor, sem fim, sem fundo, destruindo tudo o que criou e amou. Não tiro da mente que a mim restará a segunda opção, mas não arriscarei a ficar no meio, na segurança de um sistema estável e aconchegante, eu sou extrema demais pra ser tão morna. Me sinto grande demais para ser tão fria, mas de quente eu só tenho as dúvidas.

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